FEIJÃO TROPEIRO

Depois de abandonar por alguns meses o Cozinhar Faz Bem, volto envergonhado postando uma nova receita.

Neste feriado acordei com um desejo imenso de comer um prato típico do sertão baiano: carne do sol acebolada, acompanhada de feijão tropeiro e aipim* cozido. Para incrementar um pouco a postagem, vamos falar da origem deste feijão, que se tornou tradicional na culinária de várias regiões do país, cada uma dando o seu toque próprio, registrando a sua marca pessoal.

O Feijão Tropeiro surgiu ainda no período colonial. Naquela época, o transporte das mais diversas mercadorias era feito por tropas a cavalo ou em lombo de burros. Os homens que conduziam estas tropas eram chamados de tropeiros. Talvez pela facilidade do seu preparo, ou pela durabilidade do prato, ele tornou-se o cardápio oficial destes viajantes. Originado inicialmente no estado de São Paulo onde se tornou um prato típico da culinária caipira, é hoje apreciado muito nas Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Pernambuco e vários outros estados, sofrendo algumas variações como o tipo de feijão usado e a forma de temperar, a depender da cultura local.

Na Bahia, virou um acompanhamento essencial para churrasco e todos os tipos de carnes assadas ou fritas. No sertão do estado é muito comum acompanhando a tradicional carne do sol, que embora o nome sugira o contrário, é preparada no sereno.

Essa receita que ora compartilho com vocês, é totalmente minha. Nunca vi ninguém preparar assim, nunca li a receita em nenhum lugar. Faço desta forma por puro sentimento. No entanto, acredito estar bem próximo dos mais autênticos preparos do prato no sertão baiano.

Ingredientes

01 litro de feijão verde
01 calabresa defumada
150g de carne de sertão (charque)
100ml de manteiga de garrafa (pode ser substituída pela manteiga comum, mas não deve)
02 ovos
01 tomate (sem sementes)
01 cebola
½ pimentão
03 talos de cebolinha (utilize até a parte branca do talo)
01 punhado de coentro
03 dentes de alho
04 colheres de sopa de azeite de oliva
01 colher de sopa rasa de extrato de tomate
Sal a gosto
Farinha de mandioca a vontade

Modo de Preparo

Cate o feijão, lave, escorra e afervente por dois minutos. Escora e reserve. Corte o tomate, a cebola, o alho, o pimentão, a cebolinha e o coentro em pedaços bem pequenos. Numa panela, despeje o azeite de oliva e, depois de quente, doure um pouco o extrato de tomate. Despeje em seguida os temperos e o feijão deixando fritar por uns dois minutos. Adicione um pouco de água, apenas até nivelar com o feijão e cozinhe tampado em fogo baixo. O tempo de cozimento depende da idade do feijão. Normalmente não passa de no máximo dez minutos. É conveniente de vez em quando dar uma mexida e provar o caroço. Este não deve ficar muito mole. Quando estiver no ponto, abra a panela e deixe secar. Desligue o fogo e reserve.

Em outra panela, despeje a manteiga de garrafa e frite bem a carne de sertão e a calabresa que devem ser cortados em pedaços bem pequenos como ilustrado na foto.













Adicione os ovos e vá mexendo até cozinhá-los bem. Adicione o feijão continuando a mexer para misturar bem todos os ingredientes. Vá despejando a farinha e misturando até secar. O feijão não deve ser seco demais nem muito úmido. Isto também vai do gosto de cada um. É ideal para acompanhamento de carnes assadas. Bom apetite!
*Aipim: É uma raiz que no sudeste e sul do Brasil é
confundida com a mandioca. Até no Aurélio, se você procura a palavra, vai
encontrar: ver mandioca. Terminologias à parte, o aipim é um outro tipo de
mandioca. Diferenciado por não amargar e não possuir sumo venenoso.

Comentários

Paulo Bono disse…
rapaz, o Espalitando é uma gororoba comparado com isso aqui.
Vocês são artistas.
obrigado pela visita.

abraço
Unknown disse…
eu nao gosto feijao, mas meu namorado gosta muito. boa final de semana para voce. bjs. vivi (italia)

http://gatinha78.splinder.com
http://gata78.myblog.it
uma pergunta na historia do feijão tropeiro

ela não teve um histórico rio-grandense,na guerra dos Farrapos,os farroupilhas utilizavam essa receita para sua tropa,assim cm o arroz carreteiro

me responde agora,é rio-grandense cm arroz carreteiro,ou mineira cm diz ai?????